Atualmente, organismos reguladores têm dado muita atenção aos aspectos de desempenho de implantes cirúrgicos não-ativos em ambiente de ressonância magnética (RM). Historicamente, houve muita restrição para implantes ativos (marcapassos, por exemplo) quanto a riscos eletromagnéticos devido a presença de componentes eletrônicos no produto. Mas, quando se trata de implantes não-ativos, a admissibilidade de submeter pacientes ao ambiente de ressonância magnética mantém-se em discussão. Implantes fabricados de aço inoxidável, com características ferromagnéticas, são notadamente incompatíveis com ambiente de RM. Já para implantes fabricados com metais não-ferromagnéticos podem ser necessárias análises quanto aos riscos com base em métodos de ensaio e avaliações que identificam parâmetros como deslocamento induzido, aquecimento induzido e formação de artefato em diagnósticos por imagem. Para alguns implantes cirúrgicos de alta classe de risco, como os clipes de aneurisma, a realização de ensaios físicos de compatibilidade em ambiente de RM é obrigatória. Para diversos outros, a realização deste tipo de ensaio não é habitual. Produtos não-ferromagnéticos apresentam risco em MRI? Ferromagnetismo é o mecanismo básico pelo qual certos materiais, como o ferro, formam campos magnéticos permanentes, ou são atraídos por campos magnéticos. O fato de um implante ser fabricado de material não-ferromagnético não significa, entretanto, que não apresentará risco quanto a sua exposição a campo eletromagnético. Existem outros mecanismos de resposta a campos eletromagnéticos, como o paramagnetismo. Além disso, metais não ferromagnéticos ainda podem interferir nos campos criados pelos equipamentos de MRI e distorcer imagens de modo que elas não possam ser interpretadas de maneira apropriada. A maioria dos implantes ortopédicos, materiais e dispositivos avaliados para questões de MRI são feitos de materiais não-ferromagnéticos e, portanto, são potencialmente seguros ou condicionalmente seguros, quando respeitados os cuidados necessários. De acordo com estudos consultados, os implantes de titânio geram significativamente menos artefatos e levarão a melhores imagens de qualidade diagnóstica. Entretanto, devido ao comprimento do implante ou à formação de uma alça condutiva, o aquecimento induzido, relacionado ao procedimento de RM, pode ser um problema para alguns implantes ortopédicos, especialmente dispositivos de fixação cervical e sistemas de fixação interna ou externa. Adicionalmente a energia criada pela ressonância magnética pode causar problemas com qualquer metal condutor dentro de um implante, que pode inadvertidamente se tornar um transceptor de rádio. Quando isso acontece, o metal pode absorver a energia e começar a superaquecer, potencialmente danificando o implante e qualquer tecido que o rodeia. Como o FDA trata o tema De acordo com o FDA (Food and Drug Agency – EUA), para avaliação de implantes em ambiente de ressonância magnética, o fabricante pode declarar o seu produto como seguro, condicionalmente seguro ou não-seguro em ambiente de ressonância magnética. Para subsidiar a declaração, podem ser necessários racionais científicos, simulações computacionais e, até mesmo, ensaios físicos para diferentes intensidades de campo eletromagnético. Independente disso, os riscos associados à uma possível submissão de pacientes com implantes ao ambiente de RM precisam estar previstos no Gerenciamento de Riscos, de acordo com a norma ISO 14971. Há ganho comercial em afirmar que um implante é compatível? A tendência mundial é que sejam exigidos estudos mais completos sobre a compatibilidade de implantes não ativos em ambiente de RM. Reuniões técnicas estabelecendo as normativas sobre o tema estão em alto nível de atividade, os organismos notificadores da União Europeia têm sido rigorosos e há intensa troca de experiências no IMDRF. Naturalmente, médicos e pacientes irão preferir as próteses e implantes que foram avaliadas e atestam que são compatíveis com ambiente de ressonância magnética, trazendo maior segurança na tomada de decisões. Sendo assim, a realização de ensaios pode ser vista não apenas sob a ótica regulatória, mas também sob a ótica de diferencial de mercado. Avalie seu produto A MSC MED conta com especialistas focados em soluções que envolvem simulações computacionais para definição de casos críticos e comportamento de implantes em ambiente de RM, bem como estabelecimento de racionais baseados em literatura científica visando definir a necessidade e otimizar os testes físicos em cabine para avaliação do seu dispositivo médico em ambiente de RM. Estamos a disposição para atendê-lo. Referências Kumar, Ritabh, et al. “Safety of orthopedic implants in magnetic resonance imaging: an experimental verification.” Journal of orthopaedic research 24.9 (2006): 1799-1802. Koch, K. M., et al. “Magnetic resonance imaging near metal implants.” Journal of Magnetic Resonance Imaging 32.4 (2010): 773-787. ORTHOPEDIC Implants, Materials, and Devices. Disponível em: <http://www.mrisafety.com/SafetyInfov.asp?s_keyword=implant&s_Anywords=&SafetyInfoID=189>. Acesso em: 17 ago. 2018. THE FACTS About MRIs and Metal Implants. Disponível em: <https://www.verywellhealth.com/mri-with-a-metal-implant-or-joint-replacement-2549531>. Acesso em: 17 ago. 2018.
Os principais modos de falhas de placas de fixação interna para membros inferiores.
Conforme mostramos nesse post aqui, as fraturas ósseas geram grande preocupação para a saúde pública e a principal forma de tratamento é através do uso de placas de fixação interna. Para a avaliação pré-clínica de produtos médicos, é necessário mapear os principais modos de falha apresentados pelos produtos como parte de um sistema de gerenciamento de riscos. Por esta razão, estamos fazendo uma série de posts baseados em um artigo que reuniu as principais causas de falhas em placas ósseas. Desta vez vamos falar dos modos de falha em membros inferiores. MEMBROS INFERIORES Osteotomia Alta da Tíbia O procedimento de Osteotomia Alta da Tíbia ocupou o segundo lugar em ocorrência de falhas em placas, apresentando uma alta taxa de fraturas secundárias à fixação de placas anatômicas. Foram encontradas taxas significativas de complicações, que incluíam pseudoartrose, fratura do córtex lateral da tíbia e perda da correção. Diante disso, a utilização de placas mais longas e maiores nestes procedimentos, por sua maior estabilidade tanto a forças de compressão quanto de torção, é recomendada. Fraturas Distais do Fêmur Na avaliação de fraturas distais do Fêmur foram encontradas muitas falhas de placas anatômicas. A quebra da placa, principalmente ao nível da fratura, o afrouxamento de parafusos da porção proximal, e a quebra de parafusos da porção condilar do implante foram os modos de falhas mais frequentes dos casos encontrados. Possíveis desvantagens do uso destes dispositivos para o tratamento de fraturas distais de Fêmur incluem a dificuldade na redução do componente metafiseal-diafiseal e na colocação precisa do componente fixador. Além disso, sua utilização é tecnicamente exigente pois a redução da fratura e sua fixação precisam ser obtidas e realizadas simultaneamente. Fraturas Periprostéticas do Fêmur Apesar desta revisão ter encontrado poucas falhas de placas anatômicas usadas para o tratamento de fraturas periprostéticas do Fêmur, este grupo respondeu pelo maior número de quebras de placas, 45,83%, dentre todas as falhas para este evento. O mecanismo causador desta falha estaria relacionado à qualidade óssea do paciente, configuração da fratura e às condições dos tecidos adjacentes (partes moles). Estudos advertem sobre o aumento no risco de quebra dos implantes em fixações excessivamente rígidas, com o uso de muitos parafusos, devido à concentração de tensão na área da fratura. Além disso, a presença de fatores de instabilidade medial, como algumas configurações de fratura ou na presença de defeitos ósseos, são situações para se considerar o uso de enxertos de suporte para o córtex medial do Fêmur, a fim de aumentar a estabilidade e reduzir o estresse sobre a região fraturada. Fraturas Trocantéricas do Fêmur As falhas de placas reportadas nas fraturas trocantéricas do fêmur possuem mecanismos similares às falhas em fraturas periprostéticas. Isto é, configuração da fratura, qualidade óssea e qualidade dos tecidos adjacentes. Além disso, uma quantidade significativa de falhas por entortamento e quebra de placas em fraturas subtrocantéricas em espiral e em três partes foi encontrada. Avaliação dos nossos especialistas Avaliando os dados obtidos nos artigos científicos especializados, notamos que, para membros inferiores, o modo de falha que mais ocorre é fadiga e consequente ruptura da placa ao nível da fratura. A quebra das placas aconteceu com mais frequência nos dispositivos utilizados para o tratamento de fraturas distais do Fêmur, seguido pelas fraturas periprostéticas e trocantéricas do fêmur. A região do fêmur é uma das regiões do corpo onde as cargas cíclicas são mais elevadas, em conjunto com a região da coluna lombar. Este mecanismo de elevada carga, juntamente com possíveis dificuldades da equipe médica causadas pela complexidade de algumas situações, são as causas que mais direcionam à falha em placas implantáveis localizadas em membros inferiores. O modo de falha por ruptura da placa é característico de fenômeno de fadiga, o que pode ser causado por sobrecarga cíclica na placa em relação ao que foi previsto no projeto, ou por defeitos de fabricação. Já o modo de falha por entortamento, conforme identificado nas fraturas trocantéricas, por exemplo, é causado por sobrecarga em único ciclo, que pode ter como origem o impacto ou quedas do paciente. Gerenciamento de Riscos Em um sistema de Boas Práticas para desenvolvimento e fabricação de dispositivos médicos, é necessário que seja implementado um sistema de gerenciamento de riscos. Dentro desse sistema, o levantamento das causas de falha mais comuns é tido como um dos principais parâmetros de entrada. Isso é cobrado por diversas agências reguladoras, como por exemplo a ANVISA, que na RDC 56/2001 (Requisitos Essenciais de Segurança e Eficácia de Produtos para Saúde) atesta que o fabricante “deverá estabelecer, documentar e manter durante o ciclo de vida do produto, um processo contínuo para identificação das potenciais fontes de dano associados ao material de uso em saúde, estimando e avaliando os riscos associados”. Conte Conosco A MSC MED auxilia diversos fabricantes, importadores, desenvolvedores e multinacionais do ramo de dispositivos médicos implantáveis para ortopedia no levantamento de potenciais riscos e no tratamento destes, por meio de protocolos de validação pré-clínica. Esse trabalho é realizado com o objetivo de obter a aprovação pré-mercado dos dispositivos no mercado brasileiro e internacional. Referência ESPERIDIÃO, Alexandre Batista et al. MODOS DE FALHAS DE PLACAS ANATÔMICAS EM FRATURAS DE OSSOS LONGOS.In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA BIOMECÂNICA, 6., 2018. Águas de Lindóia: Abcm, 2018.
Modos de falhas de placas de fixação interna de Membros Superiores
As fraturas ósseas correspondem a 40% das injúrias não fatais e 16,2 milhões de casos ocorrem no mundo anualmente. Seu tratamento pode ser cirúrgico ou não cirúrgico, sendo a fixação interna uma das principais opções de tratamento. Este processo de fixação se dá através do uso de implantes, principalmente placas, que permitem regeneração e osteossíntese. Placas anatômicas podem apresentar falhas por diversos motivos, e, em virtude disso, podem levar à necessidade de cirurgias de revisão. Isso traz problemas ao paciente e à saúde pública, uma vez que tratam-se de procedimentos de alto custo. Tendo isso em vista, estudos foram desenvolvidos visando minimizar esses problemas ainda na fase pré-clínica de avaliação dos dispositivos. Dentre os diversos modos de falhas em placas de fixação interna e os sítios de fratura existentes, um artigo analisou as principais publicações e bases de dados a respeito e elencou as mais comuns. Dividimos em uma série de posts visando abordar melhor cada região de falha e suas causas. MEMBROS SUPERIORES Fraturas Proximais do Úmero Entre membros superiores, o úmero proximal é o sítio de fratura onde mais ocorrem falhas de placas ósseas. As falhas mais presentes nesse tipo de fratura foram: Extrusão dos parafusos bloqueados e invasão do espaço articular por meio de perfuração incorreta do osso. Esses tipos de falha acontecem majoritariamente por erros técnicos durante a cirurgia, como reduções anatômicas ruins e principalmente indicações inadequadas de tratamento. O uso desmedido de placas de fixação interna para fraturas de úmero proximal pode resultar em altas taxas de falha na redução anatômica, fraturas com luxação, fragmentação ou desconexão da cabeça umeral com o segmento metafiseal. Deve-se ter atenção ao optar por este tratamento para os casos em que não se pode garantir a estabilidade da fratura e na vigência de deficiências ósseas (como osteopenia ou necrose avascular). Isso se deve à limitações nos próprios projetos dos implantes. O mecanismo de bloqueio de alguns parafusos pode levar o cirurgião a superestimar a fixação, gerando uma sensação de estabilidade daquele componente. Essa ilusão de uma ligação satisfatória pode esconder uma fixação instável e passível de colapso. Arrancamento do conjunto placa-parafusos da cabeça umeral seguido de deslocamento da fratura em varo. Neste caso, pode-se atribuir as falhas a uma série de erros técnicos, que incluem a não utilização de bandas de tensão sobre as tuberosidades, suporte medial inadequado devido aos parafusos que não alcançaram o osso subcondral, e não aplicação de enxertos ósseos na cominuição da porção medial ou nos defeitos ósseos existentes. Avaliação dos nossos especialistas Nota-se que, dentro dos modos de falha observados em placas para membros superiores, neste e em outros artigos, não foram notadas falhas por ruptura em fadiga. Isso pode ser interpretado como esperado, visto que os membros superiores não são expostos a cargas cíclicas devido a transmissão de carregamentos oriundos da marcha humana. Sendo assim, os modos de falhas observados em placas posicionadas em membros superiores (úmero, rádio, clavícula, entre outros) foram provenientes principalmente de quedas do paciente, de equívocos ocorridos na cirurgia ou de falhas de projeto de roscas dos parafusos, que levaram a arrancamento ou extrusão dos mesmos. No próximo artigo da série veremos que a situação é oposta para placas localizadas em membros inferiores. Falhas ocorridas no intraoperatório não foram computadas por esse trabalho. Gerenciamento de Riscos Em um sistema de Boas Práticas para desenvolvimento e fabricação de dispositivos médicos, é necessário que seja implementado um sistema de gerenciamento de riscos. Dentro desse sistema, o levantamento das causas de falha mais comuns é tido como um dos principais parâmetros de entrada. Isso é cobrado por diversas agências reguladoras, como por exemplo a ANVISA, que na RDC 56/2001 (Requisitos Essenciais de Segurança e Eficácia de Produtos para Saúde) atesta que o fabricante “deverá estabelecer, documentar e manter durante o ciclo de vida do produto, um processo contínuo para identificação das potenciais fontes de dano associados ao material de uso em saúde, estimando e avaliando os riscos associados”. Conte Conosco A MSC MED auxilia diversos fabricantes, importadores, desenvolvedores e multinacionais do ramo de dispositivos médicos implantáveis para ortopedia no levantamento de potenciais riscos e no tratamento destes, por meio de protocolos de validação pré-clínica. Esse trabalho é realizado com o objetivo de obter a aprovação pré-mercado dos dispositivos no mercado brasileiro e internacional. Referência ESPERIDIÃO, Alexandre Batista et al. MODOS DE FALHAS DE PLACAS ANATÔMICAS EM FRATURAS DE OSSOS LONGOS. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA BIOMECÂNICA, 6., 2018. Águas de Lindóia: Abcm, 2018.
Análise por Elementos Finitos na Fase Regulatória do Projeto de Dispositivos Médicos
O uso da ferramenta computacional já é uma realidade para as agências reguladoras e pode ajudar durante a Fase Regulatória do projeto de dispositivos médicos. A Análise por Elementos Finitos (FEA) pode ser utilizada com a finalidade de reduzir tempo e custos regulatórios e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade e a assertividade da documentação relativa à comprovação de segurança e eficácia apresentada à agências reguladoras. Embora haja muita dúvida e desinformação sobre a correta utilização deste tipo de ferramenta na área de tecnologias médicas, a Food and Drug Administration (FDA) afirma que, se bem aplicada, a modelagem computacional tem potencial para acelerar o processo de aprovação de um produto. Gerenciamento de Risco para Dispositivos Implantáveis A etapa crítica para obter a licença para a comercialização de dispositivos abrange a seleção de ensaios pré-clínicos, seguida da avaliação da segurança e eficácia do dispositivo. A MSC MED possui um fluxo de trabalho bem definido para a avaliação de dispositivos médicos, conforme a figura abaixo: Como utilizar FEA na Fase Regulatória? Existem diversas aplicações para utilização de FEA no setor de tecnologias médicas, sendo que muitas dizem respeito a simulação de aspectos funcionais na fase de projeto do produto. Porém, as que melhor se aplicam à fase regulatória são: Definição de Casos Críticos (Worst-Cases) A análise por elementos finitos pode ser utilizada quando existem tamanhos e modelos diferentes de um determinado produto, com variação de múltiplos parâmetros que interferem na escolha de casos críticos para ensaio, o que dificulta a definição apenas com base em métodos analíticos. É muito importante correlacionar o conhecimento clínico sobre o produto e o conhecimento técnico sobre os ensaios para tomar as melhores escolhas quanto a simulação. Proposição de configuração de ensaios que melhor reproduzem o uso clínico Mesmo quando não existem normas vigentes que definam ensaios pré-clínicos para o produto, a realização de testes que comprovem a segurança de um dispositivo se faz necessária. Com uma análise por Elementos Finitos, é possível simular o uso clínico do produto de modo a entender a quais cargas o produto está submetido e assim, definir métodos de ensaio que irão reproduzir com maior fidelidade o uso clínico. Avaliação do efeito de pequenas modificações do projeto Quando um produto já está sendo comercializado e uma pequena alteração de projeto é apresentada, é possível simulá-lo por Elementos Finitos para verificar se será necessário refazer os ensaios mecânicos já enviados ao órgão regulador. Observações Importantes Vários cuidados devem ser tomados na utilização deste tipo de ferramenta. O seu uso deve ser feito com responsabilidade e coerência, por profissionais especializados. Não é recomendada a substituição de ensaios mecânicos por análises por elementos finitos, pelo fato destas não conseguirem simular defeitos de fabricação e consistirem, de fato, em aproximações controladas da realidade. Devem ser seguidos requisitos técnicos mínimos e boas práticas para Análise por Elementos Finitos, entre elas: Geometria: toda simplificação geométrica deve ser relatada e não devem influenciar o resultado da análise. Programas e Softwares: devem ser capazes de desenvolver completamente os recursos geométricos e idealizar as condições de contorno para o implante ortopédico. Densidade de Malha: é necessário fazer um estudo de malha, para verificar se caracterizou-se convergência na aproximação realizada. Tipo de Elemento: é recomendável a utilização de elementos tetraédricos ou hexaédricos. Ficou curioso para saber se a análise de Elementos Finitos pode te ajudar na rota regulatória? Entre em contato com um de nossos consultores.
O futuro computacional do projeto de Dispositivos Médicos
Como a simulação computacional vem ajudando os fabricantes de dispositivos médicos a melhorarem o design e acelerarem a comercialização. As ferramentas de modelagem computacional e simulação tornaram-se grandes aliados para o sucesso no projeto e na fabricação de dispositivos médicos. Apesar de aplicações para as ciências da vida estarem nos estágios iniciais de desenvolvimento, eles estão começando a produzir resultados relevantes. Estas ferramentas estão se tornando não apenas mais sofisticadas, mas também mais fáceis de usar. De acordo com a Revista Medical Design Briefs (Abril/2018), a FDA está interessada em encorajar novos métodos de modelagem e simulação para acelerar o ritmo da inovação nas ciências da vida. Certamente isto terá consequências de longo alcance para o projeto, o desenvolvimento e a aprovação regulatória de produtos. Desafios de projeto Há uma série de desafios atualmente enfrentados pelos desenvolvedores e fabricantes de dispositivos médicos. Dentre estes, alguns merecem destaque. O primeiro é aquele relacionado aos custos de desenvolvimento. O uso de ferramentas computacionais permite realizar avaliações comparativas de desempenho frente a diferentes escolhas de projeto sem precisar da fabricação de um único protótipo. É justamente na etapa de projeto onde as ferramentas numéricas de análise apresentam seu maior potencial de exprimir o melhor desempenho pretendido de um dispositivo com o menor custo possível. O segundo é garantir que tal desenvolvimento seja eficaz, isto é, que ele possa ser efetivamente aplicável à população. Historicamente, os desenvolvimentos têm sido pautados pela busca de soluções a problemas genéricos da população, sendo que a aplicabilidade desta solução a um individuo específico depende da experiência e conhecimento clínico do médico interveniente. Agora estamos chegando ao ponto em que dispositivos e tratamentos podem ser personalizados de acordo com as características de um indivíduo, dependendo para isto de técnicas computacionais de tratamento de imagens e análises numéricas específicas para o caso tratado. O terceiro desafio é a necessidade de desenvolver soluções em tempos mais curtos. Fica assim claro que os processos tradicionais, que envolvem experimentos de bancada, testes em animais e estudos clínicos típicos, podem e devem ser potencializados por avaliações previas realizadas em forma virtual utilizando ferramentas computacionais de imagens e análise numérica. Posicionamento da FDA. A FDA vem incentivando a adoção de novas tecnologias de modelagem e simulação para avaliação de soluções e desta forma acelerar o ritmo da inovação. Já há algum tempo a agência aceita dados de simulação como elementos de comprovação para aprovação de dispositivos. É claro que, para garantir que essa adoção seja feita de maneira consistente, a FDA também está trabalhando para refinar diretrizes importantes, como verificação e validação destes modelos, para garantir que as simulações sejam realizadas de maneira sistemática e controlada. A FDA está trabalhando em direção a um futuro em que metade ou mais dos dados enviados para aprovação regulatória venham de modelagem computacional, pacientes virtuais ou ensaios clínicos virtuais. Quer saber mais sobre simulação computacional de dispositivos médicos? Assista nosso webinar gratuito sobre como utilizar essa ferramenta na fase regulatória de projeto!
[WEBINAR] Como reduzir custos na fase regulatória de dispositivos médicos?
O custo com a fase regulatória em produtos para saúde é, muitas vezes, maior que o esperado. Isso acontece pois, além das taxas pagas às agências reguladoras, muitos ensaios e testes devem ser realizados. Uma forma prática de reduzir os custos foi abordada no Webinar “Reduza custos na fase regulatória do projeto”. A MSC MED e ESSS, parceira exclusiva da ANSYS no Brasil, desenvolveram um Webinar sobre a aplicação da ferramenta de Elementos Finitos para Dispositivos Médicos. O CEO Heitor Korndorfer abordou o tema “Reduza custos na fase regulatória do projeto”. A aula abordou a análise por elementos finitos como ferramenta útil para redução de custos, aplicações na fase de desenvolvimento de projeto e na avaliação da segurança e eficácia do produto, além da demonstração de um estudo de caso aplicado a próteses de quadril. O engenheiro da MSC MED apresentou metodologias utilizadas para a avaliação computacional de implantes, incluindo boas práticas e requisitos técnicos necessários para a assertividade da utilização deste tipo de recurso frente a agências reguladoras, como a ANVISA. “A proposta de compartilhar o conhecimento online tem por objetivo disseminar o conceito das principais agências reguladoras sanitárias do mundo, que vêm ampliando a aceitação do uso de simulação computacional para a avaliação de segurança e eficácia de produtos médicos”, revela Korndorfer. “Em recente declaração, o FDA (Food and Drug Administration – EUA) diz que a análise computacional por elementos finitos tem potencial para acelerar o processo de aprovação, se for bem utilizada”. Você pode acessar o webinar pelo link abaixo.
Normatização para Implantes Cirúrgicos | Curso Intensivo
Um dos principais motivos para indeferimentos na ANVISA no registro de implantes é o não conhecimento das regras e normas aplicáveis. Para facilitar o entendimento destas, o Engenheiro Mecânico Heitor Korndorfer, CEO da MSC MED e o Mestre em Engenharia Mecânica e CEO da SCiTec, Darlan Dallacosta vão ministrar um Curso Intensivo no dia 20 de abril, em São Paulo (SP). O evento acontecerá no Hotel Estanplaza Nações Unidas, das 9h às 17h e tem vagas limitadas. Na pauta, serão apresentados temas como: o papel das normas no comércio nacional e internacional, as diferenças entre os regramentos da ASTM, ISO e ABNT e a aplicação das normas técnicas de produto no âmbito de assuntos regulatórios. As normas de especificações e requisitos para dispositivos médicos farão parte da explanação do turno da tarde. Estão no programa também os conceitos de avaliação de segurança e eficácia de produtos e as normas de métodos de ensaio. Para fechar o intensivo será proposta uma mesa redonda para debater as exigências técnicas da ANVISA. Os interessados poderão enviar antecipadamente sua exigência para ser avaliada na ocasião. Serviço: O que: Curso Intensivo de Normatização para Implantes Cirúrgicos Quando: dia 20/04, das 9h às 17h Local: Estanplaza Nações Unidas, Rua Guararapes, 1889 – Brooklin Novo – São Paulo(SP) Brasil Investimento: R$ 275,00 até 20/03 – R$ 325,00 até 05/04 – R$ 375,00 até 18/04 Inscrições: Encerradas. Maiores Informações: (48) 3236.7401/ mscmed@mscmed.com.br Sobre os instrutores: Darlan Dallacosta – Mestre em Engenharia Mecânica. É secretário do comitê de implantes para substituição de articulações e osos da ABNT (CE 26.070.04) e coordenador do comitê de materiais biomédicos da ABNT (CE26.070.01). Atua como membro do comitê F04 (Medical and Surgical Materials and Devices) da ASTM (American Society os Testig Materials) e CEO da Scitec, laboratório de ensaios para avaliação de materiais e produtos acabados. Heitor Korndorfer – Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal do Paraná. Atuou como Gerente Técnico do Laboratório de Engenharia Biomecânica da UFSC, um dos principais centros de pesquisa de dispositivos médicos no Brasil, sendo responsável pelo gerenciamento técnico e dos ensaios realizados no laboratório. É secretário do comitê de implantes para trauma e coluna da ABNT (CE 26.070.05 – Osteossíntese e Coluna), atuando na área de normatização. e membro do comitê F04 (Medical and Surgical Materials and Devices) da ASTM (American Society of Testing Materials). Atua como CEO da MSC MED, empresa que oferece orientação técnica e científica no desenvolvimento e avaliação de dispositivos médicos e produtos para a saúde.
Comitê da ASTM discute a aprovação de nova norma para ensaios em placas ósseas de pequenas dimensões
Circula para avaliação dos especialistas da ASTM proposta para criação da norma técnica para ensaios mecânicos específicos para placas ósseas de pequenas dimensões. Esta proposta de norma da ASTM pode aplicar-se a placas de mini e microfragmentos, bem como craniomaxilofaciais (CMF), e oficializa alguns métodos de ensaio que já eram utilizados informalmente por diversos fabricantes interessados em avaliar os seus produtos. A nova proposição de norma permite a avaliação das placas em torção, em flexão em balanço e em flexão três pontos. Isso possibilita escolher um método que se aplique melhor a geometria da placa que se deseja avaliar. De acordo com o Eng. Heitor Korndorfer, CEO da MSc Med, que é membro votante da ASTM desde 2015 e atual responsável pela revisão das normas relativas a parafusos ósseos na associação, “a nova norma fornece mais opções e deixa claro que cabe ao usuário definir o método que melhor se aplica ao seu produto. É sem dúvidas um avanço, já que a ASTM F382 possui limitantes”.
Proposta para norma de avaliação de desgaste de prótese de quadril segue para votação
Na reunião anual do comitê ISO TC150/SC4, realizada em Nagoya no Japão, foi continuada a discussão da proposta de criação da norma técnica para o ensaio de avaliação de desgaste em configurações de mau posicionamento de próteses de quadril. Essa proposição inicial, que causou alguma polêmica entre os especialistas, avalia o efeito do mau posicionamento do par tribológico durante o procedimento cirúrgico no desempenho de desgaste do produto. Após a afirmação de pesquisadores de que o carregamento de borda proveniente do mau posicionamento da prótese ocorre clinicamente, esta proposta de norma apresenta uma matriz de parâmetros que podem auxiliar na avaliação da influência do posicionamento da prótese durante a cirurgia e seu possível desgaste in vivo. Este carregamento de borda é resultado da restrição geométrica aos movimentos angulares devido à superfície não-esférica do copo acetabular. A ocorrência desse carregamento é caracterizada quando a força durante uma condição estática ou dinâmica é elevada, causando uma alteração no posicionamento do centro da cabeça femoral e o centro do copo acetabular. Configurações de ensaio que preveem “mau posicionamento” de um componente costumam não ser bem aceitas por alguns especialistas. O argumento é que os produtos são projetados para uma determinada configuração e, erros na técnica cirúrgica são situações sobre os quais o fabricante não tem responsabilidade. Contudo, outra corrente de especialistas acredita que os projetos de produtos médicos precisam ser robustos a ponto de apresentarem segurança mesmo em configurações que diferem sensivelmente da condição ótima de projeto. Não há previsão para publicação da norma. Para o Eng. Heitor Korndorfer, CEO da MSc Med, esses movimentos devem ser vistos com cuidado, “A padronização de ensaios por meio de normas ISO é delicada, pois pode levar as agências reguladoras a perceber estes ensaios como obrigatórios, e não apenas como uma padronização de método de ensaio, como os especialistas internacionais estão vendo. É preciso ter cautela”. A MSc Med envia especialistas para os principais fóruns da área de dispositivos médicos. O próximo evento previsto será a ASTM Meeting, a ser realizado de 13 a 16 de novembro em Atlanta – EUA.