Avaliação Clínica, biocompatibilidade, produtos customizados/personalizados, compatibilidade com o ambiente de ressonância magnética, testes mecânicos… são muitos temas que a Anvisa e outros órgãos reguladores têm abordado nestes últimos meses. Depois de uma primeira turma lotada esse ano, a MSC MED em parceria com a SCITEC abriu uma segunda turma para a Masterclass sobre demonstração de segurança e eficácia de produtos médicos (RDC 546/2021). O evento foi realizado em São Paulo no dia 22 de novembro e contou com a presença de diversas empresas interessadas nas atualizações sobre melhores práticas para demonstrar à Anvisa e outros órgãos reguladores que os seus produtos são seguros e eficazes. Confira algumas fotos do evento e aguarde novidades dos próximos! Anterior Próximo
Cybersecurity
Há uma clara tendência tecnológica na direção do aumento na conectividade de dispositivos médicos. Há cada vez mais funcionalidades que envolvem armazenamento e transmissão de dados de pacientes na nuvem ou redes hospitalares. Por outro lado, há também um aumento de relatos relacionados ao roubo de dados pessoais ou ataques e sequestro de redes, incluindo redes hospitalares. Muitas vezes, são as redes hospitalares que estão vulneráveis. Por outras vezes, as redes estão com um nível adequado de segurança, porém os dispositivos médicos conectados geram vulnerabilidades. Dados relacionados à saúde dos pacientes são considerados muito sensíveis à exposição, bem como a infraestrutura hospitalar é considerada crítica. Sob ambas as óticas, é necessário um nível muito elevado de segurança. A MSC MED conta com uma nova divisão de cibersegurança, que pode ajudar a sua empresa com a melhor forma de proteção contra essas violações. As agências reguladoras estão com esse assunto em pauta. No segundo semestre de 2020 a ANVISA publicou o Guia 38/2020, com relação às práticas de cibersegurança para dispositivos médicos. Conte conosco para adequação. Estamos atendendo fabricantes ou importadores de dispositivos médicos, ou redes hospitalares.
Dispositivos Médicos Customizados #02
Você já conferiu aqui a primeira parte do nosso conteúdo sobre produtos médicos customizados. A MSC MED é pioneira na definição de metodologias de avaliação de projetos customizados ao paciente, e podemos auxiliar na avaliação de segurança e eficácia do seu projeto. Porém, para navegar por esse tema, é importante entender como são classificados os dispositivos customizados. A ANVISA divide os dispositivos personalizados, aqueles feitos especificamente para um paciente, em: a) Dispositivos Médicos Sob Medida b) Dispositivos Médicos Paciente-Específico De acordo com a RDC 305/2019, há uma diferença muito relevante entre esses dois tipos de produto O Dispositivo Médico Paciente-Específico é aquele dispositivo médico personalizado feito “em escala”. Ele é caracterizado por estar definido dentro de um “domínio de projeto”. Isto é: existem regras específicas para projetá-lo, e ele, ainda que seja personalizado ao paciente, tem dimensões máximas e mínimas previstas e regras que possibilitam uma certa previsibilidade ao processo. Assim, o processo de customização pode ser feito em escala, sendo possível validá-lo. Esse tipo de produto pode ser registrado na ANVISA como um dispositivo médico paciente-específico, e ser comercializado, dentro de seus limites e regras de projeto, sem que seja necessário avisar a ANVISA a cada fabricação. Já o Dispositivo Médico Sob Medida é também um dispositivo médico personalizado, porém não é feito “em escala”. Ele é caracterizado por ser uma “exceção à regra”. É definido como um dispositivo feito sob prescrição médica, para um único caso, para um paciente que tem uma necessidade em especial. Assim, por atender a um caso único em específico, não é viável padronizar o processo de customização e de produção desse tipo de produto. Assim, esse dispositivo médico não é registrado a na ANVISA como um produto personalizado. Nestes casos, o fabricante precisa de uma prescrição médica para fabricar o produto (o médico é corresponsável pela segurança do produto), e é necessário que o fabricante possua um produto de mesma indicação de uso já registrado na ANVISA, o que demonstra que há expertise por parte deste fabricante para trabalhar com o assunto. Além disso, é necessário notificar a ANVISA a fabricação de um produto médico sob medida. No fim, tanto o dispositivo médico Sob Medida quanto o dispositivo médico Paciente-Específico são produtos projetados e fabricados considerando a anatomia e a particularidade de um paciente. Porém, sob um ponto de vista de controle de qualidade, controle de projeto, classificação sanitária e escala comercial, esses produtos são bastante diferentes. Portanto, fique sempre atento! A melhor estratégia regulatória varia a cada caso. Se precisar de ajuda, conte conosco!
Customized Medical Devices #01
A Medicina Personalizada é uma realidade. Hoje, é possível desenhar dispositivos médicos, incluindo implantes, de acordo com a anatomia de cada paciente, com base em exames de imagem. Isso possibilita a criação de uma gama de soluções que antes não eram possíveis, como por exemplo: a) placas para cranioplastia que mantém a simetria craniana do paciente, causando um efeito estético superior; b) próteses de joelho que seguem a anatomia do côndilo do paciente, levando a uma manutenção da curvatura natural do côndilo e provendo uma melhor sensação biomecânica ao paciente; c) guias para procedimentos cirúrgicos, onde regiões de corte ou de incisão podem ser definidas e apontadas de acordo com a anatomia interna do paciente, gerando cirurgias mais assertivas e menos invasivas. A ANVISA tem uma das legislações mais modernas do mundo quando o assunto são dispositivos médicos customizados, como estes. A RDC 305/2019, publicada pela ANVISA em Setembro de 2019, estabelece as regras para registro de dispositivos médicos personalizados. De maneira geral, a resolução estabelece que a avaliação de um produto personalizado não é muito diferente da avaliação de um produto “de prateleira”. Apenas, algumas regras adicionais, principalmente quanto a rastreabilidade e quanto a avaliação de segurança e eficácia, se aplicam. É natural que a rastreabilidade seja uma preocupação. Os produtos de prateleira, por serem iguais uns aos outros, podem ser intercambiados livremente entre si durante a fabricação, embalagem, expedição e logística. Já os produtos personalizados tem destino fixo: um paciente em específico. Uma troca durante o processo produtivo ou durante a logística pode causar consequências graves. Já a atenção especial quanto à comprovação de segurança e eficácia também é relevante. As empresas estão acostumadas a testar e avaliar produtos com design pré-estabelecido. Para um produto personalizado, que a cada paciente pode assumir uma forma, como garantir que o resultado final será sempre seguro e eficaz? Como a ANVISA endereçou estes e outros temas na RDC 305/2019 e como se adequar a eles? Na PARTE 02 desta série daremos mais detalhes! A MSC MED tem experiência no registro de dispositivos médicos customizados / personalizados na ANVISA. Se precisar de orientação, conte conosco.
A COVID-19 e a regulação de dispositivos médicos
A COVID-19 e a regulação de dispositivos médicos A pandemia do novo coronavírus colocou em evidência o trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na regulação do mercado de dispositivos médicos. Ao mesmo tempo em que se fizeram necessárias ações e decisões liberalizantes por parte da agência para ampliar a oferta de produtos essenciais para o tratamento dos pacientes e proteção de profissionais da saúde, também foram publicadas na imprensa manifestações de preocupação de profissionais e de entes da sociedade com relação à qualidade dos produtos que chegam na linha de frente do combate à doença. A necessidade foi (e ainda é) equilibrar o aumento súbito da demanda por equipamentos e materiais de uso em saúde necessários para tratamento da COVID-19 e o rigor necessário na avaliação de qualidade dos produtos que podem ser oferecidos no mercado brasileiro. Abaixo, iremos resumir de forma breve as ações liberalizantes tomadas para três itens chave no combate ao vírus, e daremos dicas para os usuários conferirem a qualidade dos produtos. VENTILADORES PULMONARES Antes da pandemia, empresas fabricantes de ventiladores pulmonares (e outros produtos médicos de alta classe de risco) precisavam apresentar certificado de boas práticas de fabricação (CBPF) emitido pela Anvisa como parte da documentação para registro. Geralmente, o tempo necessário para obter todas as licenças, começando pela ocupação de um imóvel até a CBPF situa-se entre um a dois anos. Além disso, em tempos anteriores à pandemia, ventiladores pulmonares também precisavam de certificação INMETRO, emitida por um Organismo Certificador de Produtos (OCP). Essas duas regras mudaram para os ventiladores pulmonares, como resposta à pandemia. As RDCs 349/2020 e 379/2020 dispensaram empresas da obrigação de apresentarem CBPF para registrarem ventiladores pulmonares. A RDC 349/2020 dispensa a necessidade de certificado INMETRO para registro de produtos estratégicos, pelo período de um ano. Porém, ainda é responsabilidade do importador ou fabricante de demonstrar a segurança e a eficácia do produto. Sendo assim, é necessário realizar uma série de testes de funcionalidade, de segurança elétrica, eletromagnética, usabilidade, etc. A diferença é que este racional de desenvolvimento está sendo avaliado, excepcionalmente, diretamente pelos técnicos da Anvisa, o que poupa tempo relacionado à atividades burocráticas. Ainda assim, os requisitos técnicos são parecidos com os tempos pré-pandemia, variando com relação aos tipos de ventilador mecânico disponíveis no mercado (para cuidados críticos, para transporte, etc). A MSC MED trabalha atualmente na metodologia de validação de ventiladores pulmonares que, em breve, serão utilizados no tratamento da COVID-19. Dicas, se você é usuário: questione ao fornecedor se o produto segue as normas aplicáveis, e se o mesmo foi certificado e registrado antes ou após a pandemia. Se após, questione se o processo de testes e avaliação de segurança passou pela orientação de uma empresa especializada ou de uma OCP. KITS DIAGNÓSTICO PARA COVID-19 O Kit Diagnóstico para COVID 19 também é um produto que, em condições normais, precisa de Certificação de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) do fabricante para ser comercializado. A concessão de CBPF para os fabricantes no exterior foi simplificada com a RDC 349/2020 para os tempos de pandemia. A Gevit (Gerência da Anvisa que trabalha com produtos para diagnóstico) trabalha com a concessão de registros em prazos muito curtos – que estão girando em 7 a 14 dias. Hoje, as empresas podem até mesmo importar testes de COVID-19 que não tem registro – desde a publicação da RDC 379/2020 – porém muitos importadores optam por ter o registro, o que possibilita a venda para drogarias ou clientes estratégicos que fazem esta exigência. A MSC MED trabalhou e trabalha na regularização de testes para COVID-19 perante a Anvisa. Também, auxilia as empresas na interpretação de estudos clínicos, de especificidade e sensibilidade, bem como nos testes de estabilidade necessários para o registro destes produtos. Dicas, se você é usuário: atenção para os valores de sensibilidade (relacionado à percentagem de falsos positivos) e de especificidade (relacionado à percentagem de falsos negativos). Essas informações estão nas instruções de uso do produto. Uma instrução de uso completa irá, inclusive, apresentar em quantos indivíduos os resultados de ensaios foram analisados. Quanto maiores as populações testadas, mais confiáveis são os resultados. MÁSCARAS CIRÚRGICAS E N95 As máscaras cirúrgicas comuns necessitavam apenas de um simples cadastro na Anvisa antes da pandemia. Já as máscaras N95 necessitavam também de certificação INMETRO. A RDC 349/2020 suspendeu a necessidade de certificação por um ano, para obtenção de registro. Ainda, a RDC 379/2020 libera a importação dos EPIs, incluindo máscaras comuns e N95, sem qualquer tipo de registro ou de autorização da empresa perante a Anvisa. As medidas regulatórias referentes a estes produtos foram extremamente liberalizantes, devido ao fato dos mesmos terem sido aqueles cujo desabastecimento foi mais crítico no início da pandemia. Com a situação da oferta se estabilizando, recomenda-se cuidado na aquisição e oferta de produtos, prezando pelos produtos que apresentam comprovação de segurança e eficácia. Dicas, se você é usuário: no caso de máscaras N95, verifique se o fabricante ou importador do produto possui certificação do INMETRO. Embora, hoje, não haja a necessidade legal do certificado para a venda, aqueles que quiserem solicitar a certificação, mesmo durante a pandemia, podem obtê-la. Para conseguir a certificação, é necessário apresentar uma série de testes realizados com os produtos, o que aumenta o nível de confiança na qualidade dos mesmos. Para máscaras cirúrgicas comuns, recomenda-se a utilização de produtos com cadastro na Anvisa, pois realizar o cadastro é relativamente simples e denota que a empresa fornecedora busca cumprir com as obrigações legais. DEMAIS PRODUTOS A MSC MED pode auxiliá-lo na regularização de produtos médicos perante a Anvisa. Outros produtos que tem apresentado grande procura são termômetros com medição por infravermelho, oxímetros, face-shields e outros EPIs. Entre em contato conosco caso tenha alguma dúvida. Vale ressaltar que, embora a necessidade de cadastro/registro na Anvisa e certificação INMETRO tenham sido dispensada para diversos produtos, as empresas precisam manter documentação interna que comprove que os produtos ofertados seguem a legislação vigente e foram avaliados de forma correta. A MSC MED pode auxiliar a sua empresa com essas atividades.
MSC MED firma Protocolo de Cooperação Técnica com o CNPq
Foi publicado nesta segunda-feira o Protocolo de Cooperação Técnica entre a MSC MED e o CNPq. Por meio deste acordo, a equipe da MSC MED irá desenvolver pesquisa e estudos na área de dispositivos médicos, com o principal objetivo de investigar questões que impactam na avaliação e comprovação de segurança e eficácia de implantes cirúrgicos O CNPq O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), tem como principais atribuições fomentar a pesquisa científica e tecnológica e incentivar a formação de pesquisadores brasileiros. Criado em 1951, desempenha papel primordial na formulação e condução das políticas de ciência, tecnologia e inovação. Sua atuação contribui para o desenvolvimento nacional e o reconhecimento das instituições de pesquisa e pesquisadores brasileiros pela comunidade científica internacional. O PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO A primeira atividade a ser desenvolvida dentro do protocolo de cooperação técnica é a avaliação de parâmetros que garantam a segurança e a eficácia de implantes fabricados por manufatura aditiva. Segundo o Diretor Executivo da MSC MED, Heitor Korndorfer, embora os implantes metálicos fabricados por esse tipo de processo possam ter design idêntico a produtos fabricados por processos mais tradicionais, a resposta mecânica e biológica do sistema formado pelo tecido ósseo e o implante não necessariamente serão as mesmas: “os explantes (implantes retirados de pacientes) tem confirmado isso”, diz Heitor. O projeto de pesquisa foi aprovado por meio do edital de concessão de Bônus Técnológico em Inovação para Manufatura Avançada. “Ficamos contentes do projeto ter sido aprovado, já que sabemos que o CNPq tem bancas de avaliação muito criteriosas”, diz Heitor. O projeto será conduzido no primeiro semestre de 2019.
Insertos de Polietileno Reticulado (Cross-Link / XLPE) apresentam menores taxas de revisão?
Insertos de polietileno reticulado (XLPE – cross linked polyethylene) foram desenvolvidos com o objetivo de reduzir o desgaste em próteses articulares. A necessidade de cirurgias de revisão devido a complicações associadas ao desgaste do componente polimérico é um problema recorrente, principalmente em pacientes mais jovens e ativos. Por muito tempo, o padrão ouro do par tribologico destes produtos foi fabricado com polietileno convencional de grau médico (CPE – conventional polyethylene). O XLPE é definido como o CPE que foi irradiado com, ao menos, 50 kGy de radiação gamma, beta ou de feixe de elétrons. Esse tratamento induz a reticulação entre moléculas de polietileno, melhorando a resistência ao desgaste. Mas, será que o polietileno reticulado resolveu o problema de desgaste? E, se resolveu, não introduziu novos riscos? Taxas de cirurgias de revisão: XLPE vs CPE Um estudo australiano, dos mais completos já realizados sobre o tema, indicou que próteses de quadril com insertos de polietileno reticulado (XLPE) reduzem substancialmente o risco de cirurgia de revisão após artroplastia total de quadril em comparação com próteses utilizando polietileno convencional (CPE). O uso do XLPE resultou em uma redução significativa na taxa de revisão em 16 anos de acompanhamento de artroplastias totais de quadril para osteoartrite. As próteses com insertos convencionais levaram a taxas de revisão até três vezes maiores. Estudos anteriores já haviam sugerido que próteses de quadril que utilizam insertos de XLPE eram menos propensas ao desgaste do que as com revestimento em CPE. Contudo, os dados provenientes deste estudo proporcionam um acompanhamento mais longo em relação ao risco de revisão, dados importantes para subsidiar o médico e o paciente na tomada de decisão. O estudo incluiu mais de 240.000 pacientes entre 1999 e 2016. Próteses com um inserto de XLPE foram utilizados em aproximadamente 199.000 procedimentos, enquanto próteses com CPE foram usadas em 41.000 procedimentos. Então, o XLPE é superior em todos os sentidos? O processo de reticulação, embora melhore a resistência ao desgaste, prejudica certas propriedades mecânicas, deixando os implantes mais propensos a fraturas por fadiga. A irradiação de polietileno gera radicais livres que podem reagir com o oxigênio, potencialmente comprometendo o desempenho mecânico a longo prazo. De fato, a quebra de dispositivos de XLPE tem sido descrita constantemente na literatura, em particular quando foram usados em projetos antigos de mecanismos de travamento. Esse modo de falha não acontecia com insertos de CPE. Assim, o mal posicionamento do componente acetabular, com a concentração de tensões e possibilidade de impactos associados, é um fator de maior risco para o XLPE. Além disso, o benefício de usar XLPE se restringe à próteses de quadril, não sendo aplicável em sua “colega”: a prótese de joelho. A articulação do quadril é esférica e altamente conforme, e por isso o desgaste abrasivo e adesivo são os mecanismos característicos. Já a articulação do joelho, com seus movimentos deslizantes e rolantes, é menos conforme e cria tensões de contato e cisalhamento não presentes no quadril. Sendo assim, o XLPE não possui vantagens – pelo contrário, possui maior risco – quando comparado ao CPE em artroplastia do joelho. MSC MED: Inteligência de mercado em dispositivos médicos O estudo citado mostra que, na Austrália, uso de insertos de XLPE em artroplastias de quadril aumentou drasticamente nos últimos anos: de aproximadamente 9% dos implantes em 2000 para 97% em 2016. Quem, à época, investiu no desenvolvimento e Validação desta tecnologia saiu na frente e ganhou mercados. Nos Estados Unidos, utilização de CPE veio decrescendo a cada ano até alcançar uma porcentagem negligenciável no Registro Americano, sendo que a média de idade dos pacientes que recebem esse tipo de prótese é de 79 anos. A MSC MED é especialista na avaliação de desempenho de dispositivos médicos e acompanha os trends do mercado com foco na segurança e eficácia dos produtos. Conte conosco para a avaliação de novas tecnologias com foco na inserção do produto no mercado. Referências ODT AJRR – American Joint Replacement Registry. Fourth AJRR Annual Report on Hip and Knee Arthroplasty Data. Rosemont, IL, EUA. 2017. Zagra, Luigi, and Enrico Gallazzi. “Bearing surfaces in primary total hip arthroplasty.” EFORT Open Reviews 3.5 (2018): 217-224 Sakellariou, Vasileios I., et al. “Highly cross-linked polyethylene may not have an advantage in total knee arthroplasty.” HSS Journal® 9.3 (2013): 264-269.
Considerações sobre tratamento de superfície para ortopedia
O crescente rigor regulatório faz com que os fabricantes de dispositivos avaliem novos revestimentos e tecnologias de tratamento de superfície. Com o maior rigor dos órgãos reguladores, os OEMs (do inglês: Original Equipment Manufacturers) ortopédicos estão atentando mais para o desempenho de seus dispositivos médicos e investindo recursos para simular condições reais enfrentadas por seus produtos para avaliar o desempenho. Processos de revestimento e tecnologias de modificação de superfícies vem sendo usados há décadas por empresas ortopédicas. Mas, em um processo de melhoria contínua, os OEMs seguem buscando formas de aprimorar o processo de integração óssea. Quais problemas os revestimentos podem resolver? Para a fabricação de implantes, o titânio e suas ligas são as matérias primas preferidas dos OEMs, devido a suas propriedades mecânicas, biocompatibilidade, resistência a corrosão e baixa condutividade elétrica. Porém, estes materiais não induzem efetivamente a osseointegração. Além disso, as empresas possuem dificuldades em relação a infecções bacterianas em implantes. Dados dos EUA e do Reino Unido indicam que 23% a 25% dos procedimentos de revisão após a artroplastia do joelho são decorrentes de infecções deste tipo, tornando essa um dos problemas mais comuns. Com infecções bacterianas sendo de grande preocupação, uma consideração importante é a porosidade e a textura do revestimento da superfície. Estudos revelam que superfícies ásperas facilitam a adesão bacteriana, dificultando o tratamento com antibióticos. Entretanto, a rugosidade na faixa de micrometros estimula a osteogênese e garante a fixação do implante no osso. O cenário ideal seria uma superfície com uma rugosidade na faixa nanométrica para reduzir o risco de infecções bacterianas. Outra solução potencial para eliminar infecções bacterianas é o revestimento de implantes com antibióticos. Pesquisadores querem melhorar a integração osso-implante metálico modificando a estrutura da superfície ou desenvolvendo novos revestimentos. Empresas e institutos de pesquisa estão destinando recursos para estudos de novos revestimentos e estão obtendo resultados interessantes. Seguem alguns exemplos ao redor do mundo: Suíça: uma empresa desenvolveu revestimento que acelera o processo de osseointegração para o titânio. Ele é a base de óxido de titânio, que libera pequenas quantidades de estrôncio para estimular o crescimento ósseo, sem comprometer a estabilidade do revestimento. Suécia: Pesquisadores desenvolveram um revestimento de Hidroxiapatita (HA) com porosidade na faixa dos nanômetros (nm) que aumenta a estabilidade do implante e promove o crescimento ósseo. Estudos mostram que este revestimento pode aumentar a ancoragem de implantes de titânio em até 35% e os implantes de PEEK em mais de 80% durante o primeiro período crítico de cicatrização. Irã: Pesquisadores aplicaram revestimentos de biovidro a implantes de titânio com resultados promissores. O bioglass funciona de forma semelhante a hidroxiapatida formando uma forte ligação com tecidos moles e duros. China: Pesquisadores testaram a dopamina como revestimento e melhoraram a hidrofilicidade e a resistência à corrosão do implante. Além disso, cria superfícies bioativas para adesão celular. Austrália: Para contornar os problemas de contaminação e/ou rejeição, pesquisadores australianos revestiram implantes de titânio impressos 3d com diamante e obtiveram melhora a interação entre o osso e uma redução significativa da fixação bacteriana no implante. Além disso, foi possível observar uma melhora na biocompatibilidade e resistência do implante. EUA: Uma pesquisadora de Ohio desenvolveu uma maneira de usar filmes finos de antibióticos para prevenir infecções de implantes cirúrgicos. Os implantes podem ser revestidos com etanol, doxiciclina, eritromicina, cloranfenicol e levofloxacina usando um método único de revestimento por imersão. Implantes em PEEK também seguem em alta no mercado apesar de suas baixas propriedades de osseointegração, que podem ser melhoradas com revestimentos: o mais comum é a hidroxiapatita. Pesquisadores da União Europeia revestiram PEEK com colágeno. O objetivo é usar o material híbrido PEEK- colágeno como um revestimento para criar implantes biologicamente ativos que melhorem a osseointegração após procedimentos de artroplastia articular. Desafios enfrentados pelas tecnologias. Um dos maiores desafios para os provedores de revestimento e modificação de superfície é o rigor regulatório. Por exemplo, testes de biocompatibilidade considerados aceitáveis e inclusivos há apenas alguns anos, hoje exigem uma análise mais aprofundada. Dentro do mercado de dispositivos médicos cada vez mais regulamentado, tornou-se mais demorado e dispendioso para os OEMs obterem aprovação para dispositivos que dispõem de novas tecnologias de superfície. Dependendo da tecnologia específica, há pouca ou nenhuma possibilidade de reivindicar semelhança com dispositivos predicados já existentes no mercado, o que aumenta o tempo e o custo do processo – frequentemente levando a necessidades por pesquisas clínicas para comprovar a eficácia. Conforme se torna mais difícil cumprir os passos regulatórios, é mais comum que os OEMs reavaliem o desempenho de seus produtos. Algumas empresas descobrem que seus revestimentos herdados não se sustentam tão bem quanto esperavam – forçando-os a considerar novos revestimentos de superfície e métodos de tratamento. Como o mercado de implantes ortopédicos continua a evoluir e se alterar devido às mudanças demográficas e expectativas regulatórias, a demanda por implantes de melhor desempenho aumentará. Para atender a essas demandas de mercado, os OEMs e seus parceiros da cadeia de suprimentos devem encontrar maneiras novas e inovadoras de melhorar a funcionalidade do implante, investindo em revestimentos avançados e modificações de superfície, proporcionando uma melhor experiência ao paciente. Referência | Referência
Avanços e Desafios no Complexo Industrial em Produtos para Saúde
No último dia 5 de dezembro, foi lançado o livro “Avanços e Desafios no Complexo Industrial em Produtos para Saúde”. A obra, organizada pelo Ministério da Saúde, é uma consolidação de estudos e projetos desenvolvidos no setor de produtos para a saúde, com o intuito de contribuir como base de dados significativa para avanços no setor de desenvolvimento e inovação. O professor Dr. Carlos Rodrigo de Mello Roesler, coordenador do Laboratório de Engenharia Biomecânica (LEBm), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), assina o capítulo sobre “Avaliação experimental das tecnologias de produtos para a saúde”. O LEBm deu origem a empresa MSC MED, em 2015, no modelo spin-off para oferecer orientação técnica e científica no desenvolvimento e avaliação de dispositivos médicos e produtos para a saúde. O evento ocorreu durante a abertura do “Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde 2017: conectando pesquisas e soluções” (CTIS 2017), e promovido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do MS, em São Paulo-SP. A obra cobre aspectos tecnológicos, regulatórios e de políticas públicas para o setor.