A ISO 10993 foi concebida com a finalidade de proteger os pacientes em relação aos riscos biológicos potenciais provenientes do uso de dispositivos médicos. Assim, a realização da análise de risco biológico é essencial dentro de um projeto de dispositivo médico. Mas, o quanto os custos relativos a essa análise podem afetar a viabilidade de um projeto? E há estratégias possíveis para minimizar o impacto destes custos? A resposta é que fatores que envolvem a avaliação de biocompatibilidade são, sim, elementos que tornam um projeto mais viável ou menos viável. É possível ainda na fase de viabilidade de projeto (ou ao menos na fase de dados de entrada de projeto), adotar métodos que envolvem a seleção de materiais, processos fabris e seus respectivos aditivos, entre outros fatores, para que haja otimização nos investimentos relacionados à comprovação de biocompatibilidade. Algumas das estratégias viáveis englobam: Selecionar materiais com norma técnica bem definida e histórico de uso comprovado. Não substituir insumos fabris entre projetos similares (manter potenciais contaminantes iguais entre diferentes projetos). Priorizar projetos que tenham a mesma natureza e duração de contato com o paciente em relação aos seus outros projetos. Nesse sentido, existem também diversas ações que devem ser evitadas, algumas delas sendo: Pipeline difuso: escolha por trabalhar em projetos que possuem características técnicas muito distintas, o que leva a uma abordagem de avaliação de biocompatibilidade diversa. Isso impede a reutilização de dados e diminui a capacidade de diluição do investimento em avaliação biológica em mais de um projeto Ter projetos similares mas decidir por trabalhar com insumos e, consequentemente, potenciais contaminantes distintos para cada um. Substituição constante de insumos na produção sem levar em conta consequências nos estudos de biocompatibilidade. A MSC MED elabora avaliações biológicas e conta com uma metodologia testada e validada para garantir não apenas a biocompatibilidade do produto, mas também a eficácia e a custo-efetividade do processo. Por meio da nossa metodologia, avaliamos o seu produto, sua matéria-prima e o seu processo de fabricação, para determinar os ensaios físico-químicos – extraíveis e lixiviáveis – e determinar, se necessário, os ensaios biológicos. Por fim, podemos elaborar o relatório final de biocompatibilidade. Conheça a metodologia MSC MED e vamos juntos avaliar a melhor abordagem para seu projeto.
AVALIAÇÃO BIOLÓGICA – ISO10993
O termo “biocompatibilidade” pode ser definido como a habilidade de um material, ou conjunto de materiais, desempenhar sua função gerando uma resposta biológica apropriada em seu hospedeiro, em uma situação específica. A ambiguidade do termo reflete o desenvolvimento contínuo de avaliações sobre como os biomateriais interagem com o corpo humano e, finalmente, como essas interações determinam o sucesso clínico de um dispositivo médico. Segundo a regulação e a normatização atual, a determinação da biocompatibilidade de dispositivos médicos deve ser estabelecida por meio de um gerenciamento de riscos biológicos, seguindo os preceitos da norma ISO 10993-1. Esse processo é realizado por meio de uma matriz decisória que leva em conta a matéria prima do produto, os processos de fabricação, o método de esterilização, o design e as características de superfície, o local de aplicação no corpo, entre outras questões. Muitas vezes, pode ser necessário realizar ensaios biológicos, in vitro ou in vivo (em animais), de acordo com as partes aplicáveis da norma ISO 10993. Esse mapeamento é relevante para a garantia de que produtos não causem efeitos biológicos indesejáveis, como irritação e alergias, ou até efeitos mais graves, como carcinogenicidade, genotoxicidade ou toxicidade. Pode-se afirmar que a biocompatibilidade é garantida não apenas por resultados satisfatórios de ensaios pré-clínicos, mas principalmente por meio de um projeto e de processos de fabricação que controlam os riscos biológicos de forma bem documentada. A MSC MED conta com uma rede de especialistas que inclui profissionais experientes em análise de riscos biológicos para dispositivos médicos. Conte conosco.
Compatibilidade de Implantes Cirúrgicos em Ambiente de Ressonância Magnética
Atualmente, organismos reguladores têm dado muita atenção aos aspectos de desempenho de implantes cirúrgicos não-ativos em ambiente de ressonância magnética (RM). Historicamente, houve muita restrição para implantes ativos (marcapassos, por exemplo) quanto a riscos eletromagnéticos devido a presença de componentes eletrônicos no produto. Mas, quando se trata de implantes não-ativos, a admissibilidade de submeter pacientes ao ambiente de ressonância magnética mantém-se em discussão. Implantes fabricados de aço inoxidável, com características ferromagnéticas, são notadamente incompatíveis com ambiente de RM. Já para implantes fabricados com metais não-ferromagnéticos podem ser necessárias análises quanto aos riscos com base em métodos de ensaio e avaliações que identificam parâmetros como deslocamento induzido, aquecimento induzido e formação de artefato em diagnósticos por imagem. Para alguns implantes cirúrgicos de alta classe de risco, como os clipes de aneurisma, a realização de ensaios físicos de compatibilidade em ambiente de RM é obrigatória. Para diversos outros, a realização deste tipo de ensaio não é habitual. Produtos não-ferromagnéticos apresentam risco em MRI? Ferromagnetismo é o mecanismo básico pelo qual certos materiais, como o ferro, formam campos magnéticos permanentes, ou são atraídos por campos magnéticos. O fato de um implante ser fabricado de material não-ferromagnético não significa, entretanto, que não apresentará risco quanto a sua exposição a campo eletromagnético. Existem outros mecanismos de resposta a campos eletromagnéticos, como o paramagnetismo. Além disso, metais não ferromagnéticos ainda podem interferir nos campos criados pelos equipamentos de MRI e distorcer imagens de modo que elas não possam ser interpretadas de maneira apropriada. A maioria dos implantes ortopédicos, materiais e dispositivos avaliados para questões de MRI são feitos de materiais não-ferromagnéticos e, portanto, são potencialmente seguros ou condicionalmente seguros, quando respeitados os cuidados necessários. De acordo com estudos consultados, os implantes de titânio geram significativamente menos artefatos e levarão a melhores imagens de qualidade diagnóstica. Entretanto, devido ao comprimento do implante ou à formação de uma alça condutiva, o aquecimento induzido, relacionado ao procedimento de RM, pode ser um problema para alguns implantes ortopédicos, especialmente dispositivos de fixação cervical e sistemas de fixação interna ou externa. Adicionalmente a energia criada pela ressonância magnética pode causar problemas com qualquer metal condutor dentro de um implante, que pode inadvertidamente se tornar um transceptor de rádio. Quando isso acontece, o metal pode absorver a energia e começar a superaquecer, potencialmente danificando o implante e qualquer tecido que o rodeia. Como o FDA trata o tema De acordo com o FDA (Food and Drug Agency – EUA), para avaliação de implantes em ambiente de ressonância magnética, o fabricante pode declarar o seu produto como seguro, condicionalmente seguro ou não-seguro em ambiente de ressonância magnética. Para subsidiar a declaração, podem ser necessários racionais científicos, simulações computacionais e, até mesmo, ensaios físicos para diferentes intensidades de campo eletromagnético. Independente disso, os riscos associados à uma possível submissão de pacientes com implantes ao ambiente de RM precisam estar previstos no Gerenciamento de Riscos, de acordo com a norma ISO 14971. Há ganho comercial em afirmar que um implante é compatível? A tendência mundial é que sejam exigidos estudos mais completos sobre a compatibilidade de implantes não ativos em ambiente de RM. Reuniões técnicas estabelecendo as normativas sobre o tema estão em alto nível de atividade, os organismos notificadores da União Europeia têm sido rigorosos e há intensa troca de experiências no IMDRF. Naturalmente, médicos e pacientes irão preferir as próteses e implantes que foram avaliadas e atestam que são compatíveis com ambiente de ressonância magnética, trazendo maior segurança na tomada de decisões. Sendo assim, a realização de ensaios pode ser vista não apenas sob a ótica regulatória, mas também sob a ótica de diferencial de mercado. Avalie seu produto A MSC MED conta com especialistas focados em soluções que envolvem simulações computacionais para definição de casos críticos e comportamento de implantes em ambiente de RM, bem como estabelecimento de racionais baseados em literatura científica visando definir a necessidade e otimizar os testes físicos em cabine para avaliação do seu dispositivo médico em ambiente de RM. Estamos a disposição para atendê-lo. Referências Kumar, Ritabh, et al. “Safety of orthopedic implants in magnetic resonance imaging: an experimental verification.” Journal of orthopaedic research 24.9 (2006): 1799-1802. Koch, K. M., et al. “Magnetic resonance imaging near metal implants.” Journal of Magnetic Resonance Imaging 32.4 (2010): 773-787. ORTHOPEDIC Implants, Materials, and Devices. Disponível em: <http://www.mrisafety.com/SafetyInfov.asp?s_keyword=implant&s_Anywords=&SafetyInfoID=189>. Acesso em: 17 ago. 2018. THE FACTS About MRIs and Metal Implants. Disponível em: <https://www.verywellhealth.com/mri-with-a-metal-implant-or-joint-replacement-2549531>. Acesso em: 17 ago. 2018.
Normatização para Implantes Cirúrgicos | Curso Intensivo
Um dos principais motivos para indeferimentos na ANVISA no registro de implantes é o não conhecimento das regras e normas aplicáveis. Para facilitar o entendimento destas, o Engenheiro Mecânico Heitor Korndorfer, CEO da MSC MED e o Mestre em Engenharia Mecânica e CEO da SCiTec, Darlan Dallacosta vão ministrar um Curso Intensivo no dia 20 de abril, em São Paulo (SP). O evento acontecerá no Hotel Estanplaza Nações Unidas, das 9h às 17h e tem vagas limitadas. Na pauta, serão apresentados temas como: o papel das normas no comércio nacional e internacional, as diferenças entre os regramentos da ASTM, ISO e ABNT e a aplicação das normas técnicas de produto no âmbito de assuntos regulatórios. As normas de especificações e requisitos para dispositivos médicos farão parte da explanação do turno da tarde. Estão no programa também os conceitos de avaliação de segurança e eficácia de produtos e as normas de métodos de ensaio. Para fechar o intensivo será proposta uma mesa redonda para debater as exigências técnicas da ANVISA. Os interessados poderão enviar antecipadamente sua exigência para ser avaliada na ocasião. Serviço: O que: Curso Intensivo de Normatização para Implantes Cirúrgicos Quando: dia 20/04, das 9h às 17h Local: Estanplaza Nações Unidas, Rua Guararapes, 1889 – Brooklin Novo – São Paulo(SP) Brasil Investimento: R$ 275,00 até 20/03 – R$ 325,00 até 05/04 – R$ 375,00 até 18/04 Inscrições: Encerradas. Maiores Informações: (48) 3236.7401/ mscmed@mscmed.com.br Sobre os instrutores: Darlan Dallacosta – Mestre em Engenharia Mecânica. É secretário do comitê de implantes para substituição de articulações e osos da ABNT (CE 26.070.04) e coordenador do comitê de materiais biomédicos da ABNT (CE26.070.01). Atua como membro do comitê F04 (Medical and Surgical Materials and Devices) da ASTM (American Society os Testig Materials) e CEO da Scitec, laboratório de ensaios para avaliação de materiais e produtos acabados. Heitor Korndorfer – Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal do Paraná. Atuou como Gerente Técnico do Laboratório de Engenharia Biomecânica da UFSC, um dos principais centros de pesquisa de dispositivos médicos no Brasil, sendo responsável pelo gerenciamento técnico e dos ensaios realizados no laboratório. É secretário do comitê de implantes para trauma e coluna da ABNT (CE 26.070.05 – Osteossíntese e Coluna), atuando na área de normatização. e membro do comitê F04 (Medical and Surgical Materials and Devices) da ASTM (American Society of Testing Materials). Atua como CEO da MSC MED, empresa que oferece orientação técnica e científica no desenvolvimento e avaliação de dispositivos médicos e produtos para a saúde.